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Psicoterapia e Saúde Integral: O cuidado de si como estratégia de resistência no Brasil.


 

Olá Pessoas!


De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera o ranking dos países mais ansiosos do mundo e se encontra entre os com maiores números de casos de Transtornos Depressivos e de Suicídio. Entre os fatores de risco para o desenvolvimento dessas psicopatologias estão: desemprego, difícil acesso a educação e saúde de qualidade, fatores genéticos, histórico de trauma, processos de aculturação e violência (OMS, 2017; APA, 2013).

Ao passo que centrar nos indivíduos sua responsabilidade de melhora, não dá a essa pessoa, necessariamente, condições de melhorar. Não atentar para essa responsabilidade individual, amplia o risco para o desenvolvimento de psicopatologias, um vez que pode nos conduzir a uma dinâmica de negligenciamento dos cuidados de si.

Aprender a lidar e buscar meios para transformar a nossa realidade, faz parte dos processos de adaptação. Infelizmente, em um país com tantas desigualdades sociais, como é o caso do Brasil, é complicado falar, somente, de possibilidades de transformação de realidades individuais. Mas não podemos deixar de considerar a implicância da transformação dessas realidades. Aquelas que competem a cada um de nós.

A psicoterapia, procedimento realizado, comumente, por psicólogas e psicólogos, atua como estratégia de Educação Emocional, a medida que facilita a condução de processos de reelaboração e cuidados de si, do individual ao coletivo. Dessa maneira, não se reduz ao campo do diagnóstico e tratamento de psicopatologias isoladamente. Mas se amplia para o campo da prevenção do adoecimento psíquico e da promoção de saúde integral e geral.

É fato que, para a maioria da população brasileira, o acesso a serviços para cuidados da saúde mental é limitado. Mas isso, não justifica a manutenção de uma cultura que negligencia e estigmatiza esses cuidados. Por isso, é importante compreender os ganhos de um bom funcionamento mental, principalmente, diante de contextos de vulnerabilidades. Independente da existência de uma psicopatologia.

Aprender a lidar e a transformar nossas realidades, do micro ao macro, é importantíssimo para a criação e manutenção da vida que desejamos viver. E, a partir do processo psicoterápico podemos pensar por onde, como, com quem e até quando queremos começar.

Estar em psicoterapia nos permite reelaborar e reformular nossos modos de perceber, pensar e agir em nosso contexto, de uma maneira mais saudável e conscientes de nossas forças e vulnerabilidades. Ou seja, nos permite ampliar sentidos e existências no mundo. Já que, resistir a situações e contextos difíceis, exige de nós, além de recursos físicos, sociais, financeiros, espirituais, por exemplo, os psicológicos.

Desde a identificação das nossas demandas até a criação de estratégias para alcançá-las e resolve-las , estão envolvidos inúmeros processos e procedimentos da nossa psiqué (mente). Nossas memórias estão sendo processadas, nosso pensamento está sendo articulado, nossa percepção e sensibilidade estão sendo desenvolvidas e interpretadas, nosso aprendizado prévio está sendo contextualizado e mais uma série de processos conscientes e inconscientes, estão acontecendo dentro de nós. A partir disso, é que atuamos no mundo e somos impactados de volta por ele.

Cuidar da Saúde Integral do nosso ser, abrindo espaço para perceber as urgências do cuidado com a Saúde Mental, diante dos nossos contextos de vida, é, em si, um ato revolucionário em direção a nossa própria evolução. Não basta alcançar a faculdade desejada ou o emprego dos sonhos. Não se trata das relações perfeitas e nem da atuação perfeita. É sobre como ser e se sentir no mundo de uma maneira menos angustiante e mais feliz. Sob posse das ferramentas necessárias para o gerenciamento de si dentro de sua realidade.

Falar de Saúde Mental é muito importante, mas cuidar dela é mais importante ainda!.

Referências:


AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Transtornos Depressivos. In.:_______Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento et al. Revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli et al. 5ª Edição. Porto Alegre: Artmed, 2013. pp. 155-188.


WORLD HEALTH ORGANIZATION. Depression and other common mental disorders:

global health estimates. Geneva, 2017. Disponível em:

https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/254610/WHO-MSD-MER-2017.2-

eng.pdf;jsessionid=F35BAB355859A71B4C1B094EAC64C1E5?sequence=1.



 




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